A conta do trem bala vai explodir no colo de todos os brasileiros, alertou Flexa Ribeiro (PA)
Brasília (13) – Presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado, a senadora Lúcia Vânia (GO) comandou, nesta terça-feira, debate sobre o trem bala, durante uma audiência pública com executivos do Governo Dilma que ultrapassou três horas. A oposição apontou muitas contradições, sobretudo os tucanos Aloysio Nunes (SP) e Flexa Ribeiro (PA). Os governistas se ausentaram, à exceção do petista Linderberg Farias (RJ), na tentativa de esvaziar o contraponto, mas não obtiveram sucesso.“Vamos precisar trocar o nome do projeto do trem-bala para trem-bomba. A conta vai explodir no colo dos brasileiros”, disparou Flexa Ribeiro. “Não dá para se votar em um projeto lulático como esse do trem-bala sem o devido debate”, complementou Flexa.
“O que é urgente é o investimento em portos e rodovias, que diminui o custo das exportações. E também em trens metropolitanos, que são soluções para os grandes centros congestionados”, argumentou Aloysio Nunes, autor do requerimento da audiência pública, subscrito por Flexa Ribeiro.
“São muitas as incertezas que cercam o projeto do trem-bala. Não temos logística compatível com as necessidades do projeto. E se o trem-bala não der certo? Estaremos desperdiçando dinheiro que poderia atender outros problemas que afetam o país, como saneamento”, questionou Aloysio Nunes.
O senador Cyro Miranda (GO) lamentou a falta de tempo para discutir um empreendimento de tão alto custo, estimado, nesta fase inicial, em R$ 35 bilhões.
“O valor do projeto daria para construir duas usinas de Belo Monte, no Pará. O custo do trem-bala em relação ao trem convencional é 33 vezes maior”, comparou. Ele enfatizou que, no papel, aceita-se tudo, mas há contradições nos números e nos preços das tarifas.
E alertou: “Todo negócio tem risco. Só que na iniciativa privada, o dono paga com seu patrimônio; na pública, é o povo quem paga. Estamos tratando de um projeto de valor entre R$ 35 bilhões e R$ 50 bilhões.É uma incoerência se aprovarem esse projeto”.
Foram convidados para discutir o assunto o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo; o superintendente de Projetos do BNDES, Henrique Amarante da Costa Pinto; o consultor legislativo do Senado Marcos José Mendes; o consultor de transportes Joseph Barat; e o diretor do Instituto de Logística (Ilos), Paulo Fleury. A senadora Lúcia Vânia avaliou o debate como extremamente produtivo, pois assegurou aos senadores presentes a chance de questionar o polêmico trem bala.
Fonte: site PSDB
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