“Ocupo hoje a tribuna do Senado Federal para examinar, de forma mais profunda, a conjuntura e os grandes desafios do País nesse meu reencontro com o Parlamento nacional.
Chego a esta Casa, Srs. Parlamentares, por delegação dos mineiros e retorno aqui o trabalho que por 16 anos desenvolvi no Legislativo, onde tive a honra de receber importantes missões, entre elas a de presidir a Câmara dos Deputados.
Trago desse período lembranças de vigorosas iniciativas pela valorização Parlamento. Destaco entre elas a limitação das medidas provisórias e a aprovação do pacote ético, que acabou com a imunidade parlamentar para crimes comuns, criou o Conselho de Ética e institucionalizou o princípio da legislação participativa.
É com a mesma convicção, com a mesma convicção democrática e com o mesmo respeito ao Congresso e com a mesma disposição para o trabalho que chego a esta Casa. Os que ainda não me conhecem bem esperarão encontrar em mim pessoais no exercício da oposição vão se decepcionar. Não confundo agressividade com firmeza, não confundo adversário com inimigo. Os que ainda não me conhecem bem e acham que vão encontrar em mim tolerância diante dos erros praticados pelo Governo também vão se decepcionar. Não confundo o direito à defesa e ao contraditório com complacência e compadrio.
Estarei onde sempre estive, Sr. Presidente, como homem do diálogo, que não foge as suas responsabilidades e convicções, que não teme o enfrentamento do debate.
Nem as oportunidades de convergência em torno dos reais interesses do Brasil. Farei a política que sempre fiz, aquela que entende que, nesse campo, brigam as ideias e não os homens.
Saúdo, inicialmente, esta Casa, através dos grandes brasileiros que por aqui passara e, também, através de parlamentares que hoje aqui honram a delegação que receberam respeitando a sagrada autonomia do Parlamento; Parlamentares que reconhecem ter apenas um senhor, o povo brasileiro e apenas um senhora, a própria consciência.
Srs. Senadores, Srªs Senadoras, a memória e o conhecimento da própria história são patrimônios preciosos de uma Nação; mais do que isso, formam a matéria prima essencial e insubstituível à construção do futuro. A consciência do que fomos e do que somos é que nos permite, todos os dias, moldar os contornos do que seremos ou do que seremos ou do que poderíamos vir a ser.
O Brasil de hoje é o resultado de uma vigorosa construção coletiva, que, desde os primeiros sopros da nacionalidade, vem ganhando dimensão, substância e densidade. Ao contrário do que alguns nos querem fazer crer o País não nasceu ontem; ele é fruto dos erros e dos erros e acertos de várias gerações de brasileiros, de diferentes Governos e líderes e também de diversas circunstâncias históricas e econômicas.
Juntos, nós brasileiros, percorremos os caminhos que nos trouxeram até aqui. Mas é importante e justo que nos lembremos sempre que não chegamos até aqui percorrendo os mesmos caminhos. Não podemos e não devemos esquecer das grandes diferenças que marcam a visão de País, das forças políticas presentes na vida nacional das últimas décadas, porque, por mais que queiram, os partidos não se definem pelos discursos que fazem nem pelas causas que dizem defender.
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