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domingo, 26 de setembro de 2010

Dois candidatos paraenses envolvidos com a Máfia das Ambulâncias

Raimundo Santos, ex-deputado federal, atualmente candidato a deputado estadual pelo PR, e Josué Bengtson, candidato a deputado federal pelo PTB - ambos integrantes da coligação Acelera, Pará, liderada pela governadora Ana Júlia Carepa (PT), foram denunciados pela CPI dos Sanguessugas por envolvimento com a Máfia das Ambulâncias. Coincidentemente, os dois são pastores evangélicos. vejam a íntegra da denúncia no site www.congressoemfoco.com.br.


RAIMUNDO SANTOS

(PR-PA), candidato a deputado estadual pelo PR. Era do PL.

Responde processo (6234-19.2008.4.01.3600) na Justiça Federal de Mato Grosso pelos crimes de quadrilha ou bando, lavagem de dinheiro e contra a Lei de Licitações. Foi um dos deputados denunciados pela CPI dos Sanguessugas. Terminou o mandato sem que seu caso tivesse parecer do Conselho de Ética. Não se reelegeu em 2006.

Acusação e defesa

De acordo com relatório parcial da CPI dos Sanguessugas, Raimundo Santos apresentou R$ 4,8 milhões em emendas suspeitas de abastecerem o esquema de superfaturamento da Planam. O empresário Luiz Antônio Vedoin diz que pagou comissões ao então deputado antecipadamente à execução das emendas. E afirma que teria crédito com o parlamentar porque o combinado era 10% sobre o valor das liberações de dinheiro. Os valores eram pagos a assessores e a um agiota para quem Raimundo Santos devia, segundo a denúncia. Em defesa entregue à Câmara, Santos admite o recebimento do dinheiro, mas nega se tratar de propina em troca de emendas. Disse que os valores recebidos dos Vedoin eram doações para saldar dívidas remanescentes de sua campanha em 2002. O deputado diz que os donos da Planam, ao saberem dos débitos, se ofereceram para pagá-las. "Os depositários quitaram, assim, com os valores depositados, dívidas assumidas no correr da campanha", conta Santos. O deputado diz que suas emendas beneficiaram 17 municípios, mas o grupo Planam venceu licitações em apenas três.

Os funcionários do diretório do PR não souberam indicar os contatos do candidato Raimundo Santos. O site deixado recados na quinta-feira (23). Não houve retorno ao Congresso em Foco.

JOSUÉ BENGTSON

(PTB-PA), candidato a deputado federal

Responde a processo (10734-65.2007.4.01.3600) na Justiça Federal de Mato Grosso pelos crimes de quadrilha ou bando, corrupção passiva e de lavagem de dinheiro. Foi um dos deputados denunciados pela CPI dos Sanguessugas. Terminou o mandato sem que seu caso tivesse parecer do Conselho de Ética. Não se reelegeu em 2006.

Acusação e defesa

O empresário Luiz Antônio Vedoin diz que pagou ao hoje ex-deputado Josué Bengtson quase R$ 94 mil em troca da execução de emendas. Desse valor, R$ 39 mil foram para a Igreja do Evangelho Quadrangular, segundo Darci Vedoin. Em contrapartida, Bengtson apresentou emendas no valor de mais de R$ 1,1 milhão, de acordo com a denúncia. Em sua defesa, o ex-deputado disse que nunca fez acordos com os donos da Planam. Bengtson disse que um depósito feito em seu nome se refere a uma oferta dos Vedoin para saldar dívida de campanha. O outro depósito foi uma ajuda dos donos da Planam para a pré-campanha de 2004. Ele disse que, conforme documento, devolveu o dinheiro recebido em agosto de 2006 (época em que estava em pleno funcionamento a CPI dos Sanguessugas). Bengtson disse que o cheque de R$ 35 mil era uma doação para a Igreja do Evangelho Quadrangular. Ele alegou que não tinha nada a ver com propinas em troca de emendas parlamentares.

Josué Bengtson e seu advogado, Luís Maximiliano Telesca, disseram na quinta-feira (23) ter conseguido colocar o processo em uma fase preliminar de produção de provas. Bengtson não acha que isso pode atrapalhar a sua defesa, já que haveria demora em eventual absolvição. “Lamentavelmente, nossa Justiça é muito demorada, mas acontece que houve erro, foi erro deles”, contou o candidato ao Congresso em Foco.

Segundo Telesca, a máfia das ambulâncias existiu, mas é necessário separar os casos. Ele reafirma que o dinheiro recebido por Bengtson se trata de uma doação de campanha e de uma oferta para a igreja presidida pelo então deputado, que é o pastor presidente. O advogado admite que os Vedoin devem ter sonhado em obter vantagens ilegais com a ajuda ao parlamentar. “É possível que quem tenha pago tenha pensado que ele pudesse dar algum benefício em troca, mas não deu nenhum benefício”, conta Telesca.

De acordo o defensor do candidato, a 2ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso ainda vai ouvir de novo algumas testemunhas para falarem sobre as licitações supostamente fraudadas. Por ordem do Tribunal Regional Federal, o juiz Jefferson Schneider deve aguardar que as prefeituras do Pará enviem todos os processos licitatórios questionados.

O candidato Josué Bengtson diz que preferiu não disputar as eleições de 2006, embora ela fosse muito mais fácil do que a atual, porque só precisaria de 30 mil votos para ser eleito, em vez dos 100 mil necessários atualmente por conta da coligação usada. “É uma coisa muito ruim você ter que passar a campanha explicando”, disse o ex-deputado ao Congresso em Foco.

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