Para quem vê o Brasil cor de rosa mostrado nos programas de televisão da candidata Dilma Roussef e os discursos ufanistas do presidente Lula de que "nunca antes na história do Brasil se fez isso e aquilo", uma informação muito relevante: Lula vai deixar para seu sucessor, como herança maldita, um rombo de R$ 50 bilhões nas contas da Previdência Social. É dinheiro suficiente para pagar a Bolsa-Família por três anos. Nunca antes na história do Brasil se viu um rombo tão volumoso.
A HERANÇA MALDITA DE LULA
Tema dos mais polêmicos e sobre o qual nenhum dos principais presidenciáveis arrisca propor mudanças — de olho no voto dos trabalhadores da iniciativa privada e do serviço público —, a gestão da Previdência deverá ser um problema maior ainda para o sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A previsão do próprio governo indica que, em 2011, o déficit do Regime Próprio da Previdência (dos funcionários públicos) voltará a ser superior ao do INSS (que paga os benefícios previdenciários dos trabalhadores da iniciativa privada).
A questão é que, do primeiro lado, há menos de 1 milhão de servidores aposentados e pensionistas, e, do outro, 27 milhões de beneficiários.
Para o ano que vem, levando-se em conta a previsão de um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 3,8 trilhões, o déficit no setor público ficaria em torno de R$ 50 bilhões e o do INSS, entre R$ 42 bilhões e R$ 43 bilhões.
Nos últimos anos do governo Lula, que vem executando políticas de valorização do serviço público com reajustes salariais que se estendem até 2012 e chegam aos aposentados, o déficit do regime próprio da Previdência dos funcionários tem subido.
Chegou a quase R$ 47 bilhões em 2009, incluindo servidores dos três Poderes, ou 1,49% do PIB. Em 2009, o rombo foi superior ao do INSS, que totalizou R$ 42,9 bilhões (em valores correntes), ou 1,41% do PIB.
Para 2010, os gastos com os servidores civis e militares inativos (aposentados) continuarão altos, com previsões de fechar o ano entre R$ 46 bilhões e R$ 48 bilhões, cerca de 1,3% do PIB. A área econômica prevê para este ano uma "convergência" entre os índices dos dois regimes, ou seja, cada um chegará a cerca de 1,3% do PIB.
Para 2011, porém, o déficit do setor público voltaria, segundo previsões do próprio governo, a ser maior que o do INSS: 1,3% do PIB para o primeiro contra 1,1% para o segundo.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
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